segunda-feira, 18 de outubro de 2010

tormento noturno

os roncos, os passos, os morcegos, os carros. fazem da calada noite uma cascata barulhenta. a cabeça martela, lateja; o coração dispara, a tensão aumenta; os tendões contraem, as veias explodem; a raiva corrói até a mais forte das emoções. o punho cerrado, preso pelas juntas – o cérebro emite mensagens para o resto do corpo o proibindo de qualquer agressão. a pressão sobe: não aguenta. tenta conter; morde o travesseiro. o insaciável desejo de pular a janela do oitavo andar invade os pensamentos. tudo pára. o ar traz de volta o oxigênio necessário aos pulmões. o som do silêncio torna a calmaria presente. dorme. 

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