sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

NOW

se um minuto perdido pudesse talvez ser convertido no ano em que o conheci
maravilhas perdidas não encontrarei aqui
então, corro
falo que estou a caminho quando na verdade, inerte, decido meu rumo
estranho tantos murmúrios em cima de um pedestal
procuro sangue, mas só encontro apitos
que insistem em gritar e berrar e transformar todo meu encéfalo em gosma
tiro meus dedos do telefone para evitar perjúrio
então, corro
a escuridão cobre minha face
todos choram à ausência
reclamo o que é por direito meu
e fundo, encontro o que não deu
não aconteceu
passado, presente, futuro num só
a cápsula de tudo, envolta por silicone, na sola do meu tênis
é hora de pisar.