sábado, 25 de junho de 2011

inerte

este poderia ser um pedido de desculpas. poderia ser um dia a menos nas nossas vidas. poderia ser uma folha seca no jardim, ou um pedaço de papel com palavras excretas. mas não devo satisfações a ninguém, nem sequer a mim mesmo. talvez deva alguns centavos, uma cerveja, um sorriso, alguns cigarros. mas nada requer sentimentalismo. estou tentando aprender a viver sozinho por isso. e se chegar um dia lá, vivo, sem ferimentos, deixarei meu sangue escorrer, em forma de agradecimento. não sei a quem, mas devo. preciso. agradecer por errar, já que "acertar" não consta no meu histórico vital. já não vejo mais cores, e ainda nem escureceu. a verdade é que olho pro céu, agora cinza, e me pergunto onde estão. eles mesmos. porque até agora ninguém bateu na porta ou sequer tocou a campainha. continuo esperando por uma voz que irá silenciar toda essa dor e me tirará daqui enquanto tento distinguir passageiro de duradouro.